Receita confirma 27 empresas estrangeiras envolvidas em esquema de sonegação de R$ 1 b

22/08/2011 14h31m

A superintendência da Receita Federal da Bahia confirmou nesta sexta-feira (19) que 27 empresas estrangeiras, criadas nas Ilhas Virgens Britânicas, estão envolvidas no esquema de sonegação que pode ter desviado cerca de R$ 1 bilhão em impostos, segundo estimativas do Fisco. A Receita informou, no entanto, que o número de "laranjas" que faziam parte do grupo pode ser superior ao número de firmas. 

As Ilhas Virgens Britânicas são um paraíso fiscal. Para o Banco Central Brasileiro, paraíso fiscal são países ou dependências que tributam a renda com alíquota inferior a 20% ou países, cuja legislação protege o sigilo em relação aos sócios de empresas.

Na última quarta-feira (17), a Polícia Federal e a Receita iniciaram a Operação Alquimia para cumprir 31 mandados de prisão temporária, 129 mandados de busca e apreensão, 63 mandados de condução coercitiva, e o sequestro de bens de 62 pessoas físicas e 195 empresas de 16 Estados e no Distrito Federal. Até agora, 23 pessoas foram detidas.

Entre as pessoas presas, cinco entraram com pedido de habeas corpus para conseguirem a liberdade. No entanto, todos foram negados pela Justiça Federal, mas os nomes não foram divulgados, de acordo com a assessoria de imprensa.

Na ação, que contou com 650 policiais, além de auditores da Receita, foram apreendidos quase 2,5 kg de ouro em barra, R$ 40 mil em dinheiro em apenas um dos locais, oito jet ski e uma lancha em uma ilha localizada na Bahia, três armas de fogo, quase uma centena de veículos, máquinas industriais das empresas envolvidas, documentação contábil, HDs e mídias computacionais, entre outros. Uma ilha na Bahia também foi confiscada.

ilha confiscada2_700x525
Ilha confiscada na Bahia pela Receita tem cerca de 20 mil metros quadrados - Foto: Divulgação/Receita Federal

Entenda o esquema

O esquema começou a ser investigado no final dos anos 1990, quando a Receita suspeitou de fraude e sonegação de impostos em algumas transações financeiras.

Funcionava assim: empresários que compram e vendem produtos químicos abriam uma companhia no exterior, nas Ilhas Virgens Britânicas, e abriam empresas laranjas em vários Estados brasileiros para comprar e repassar os produtos sem pagar imposto.

As empresas laranjas recebiam os produtos do exterior, deixavam os impostos devidos à Receita acumular e, quando o Fisco batia à porta, elas fechavam e tinham seu patrimônio “comprado” pelas outras companhias da quadrilha. Um inquérito sobre o caso foi aberto no final de 2002. 
 

Travessa do Rosário (Roza), 47 Lixeira
Cuiabá – MT - CEP: 78008-585

ENCONTRE-NOS NAS REDES SOCIAIS

Desenvolvido por Sitecontabil 2025 | Todos os direitos reservados | LGPD