O terceiro dia de greve nos bancos do Estado iniciou com uma reunião envolvendo o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso e os funcionários do Banco do Brasil da agência Centro, em Cuiabá, onde foi discutida a paralisação e tiradas dúvidas dos trabalhadores. No balanço parcial realizado pelo movimento sindical até as 12h30 de hoje, foi constatado que 85 % das agências da grande Cuiabá estão fechadas. No interior 30 agências aderiram a greve. O movimento segue forte e deve ser intensificado na próxima semana. Embora o atendimento ao público esteja interrompido, os bancários se comprometeram em assembleia no dia 28 de setembro manter os caixas eletrônicos e assim os serviços essenciais não seriam prejudicados (serviços de compensação), para que a população não seja penalizada. “Não queremos que a população sofra com a greve, somente estamos lutando por melhorias para os trabalhadores. Melhorias estas que também se estenderão aos clientes”, comenta o presidente do Seeb-MT, Arilson da Silva. O movimento sindical reafirma que os bancários sempre apostaram na negociação coletiva como forma de solucionar conflitos, mas foram impelidos à greve pela intransigência dos bancos. Um dos itens reivindicados pelos bancários é mais segurança. Somente neste ano foram assaltadas 15 agências em Mato Grosso. Em 86% dos casos houve reféns. Em todo o país 11 pessoas foram assassinadas em roubos a agências bancárias. Mesmo assim, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) tem se recusado a garantir a adoção de mais itens de segurança e tem inclusive implementado projetos que prevêem a retirada das portas giratórias. A data base dos bancários para o discussão salarial é o mês de setembro. Anualmente, as rodadas de negociação se iniciam neste período. Em 2009, a greve foi deflagrada após quatro rodadas sem acordo entre as partes. A paralisação iniciou-se no dia 24 de setembro e seguiu até 8 de outubro (nos bancos privados e Banco do Brasil) e encerrou-se dia 18 e 21 de outubro no Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal, respectivamente. Em 2010, houveram cinco rodadas de negociação e nenhum acordo. Somente o BRB ofereceu uma proposta condizente com a realidade e após um dia de greve, os bancários voltaram ao trabalho (em Mato Grosso existe uma unidade deste banco). Os funcionários da CEF, BB, Banco da Amazônia e os bancos privados continuam lutando para que os banqueiros apresentem propostas e a greve possa ser encerrada. A intransigência dos banqueiros é incompatível com a situação privilegiada dos bancos. O lucro líquido apenas dos cinco maiores (BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) somou R$ 21,3 bilhões no primeiro semestre. É um crescimento do lucro líquido de 32% na média em relação ao mesmo período do ano anterior. Os bancários continuam abertos à negociação e aguardam uma proposta dos bancos.
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