Em dias de pouca oferta de mão de obra, quem tem emprego é assediado por empresas concorrentes. Para cargos administrativos e gerenciais, as empresas têm, cada vez mais, optado por profissionais já empregados. "Isso ocorre porque as empresas imaginam que o profissional que está trabalhando já está ‘avalizado’ pelo mercado e está mais pronto para trabalhar do que alguém que está fora do mercado de trabalho", avalia o professor de administração de recursos humanos da Faculdade IBS/FGV, Marcelo Ribeiro Rocha.
Na avaliação do professor, quem está empregado "pode desenvolver melhor suas competências e as empresas poderiam gastar menos com capacitação e treinamento", analisa.
Para as empresas, a opção por profissionais já empregados é, também, uma escolha econômica. Na avaliação de algumas companhias, contratar recém-formados ou pessoas que estão fora do mercado de trabalho requer investimento em treinamento e capacitação.
"As empresas buscam quem tem desempenho. E, na avaliação dessas companhias, quem está desempregado ou não se adequou ao mercado ou está desatualizado", opina a professora do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM e sócia da FM Consultores, Fátima Motta.
Ressalva. "Eu vejo essa questão com alguma reserva", pondera a consultora de carreiras e sócia da Véli, empresa de Recursos Humanos, Lizete Araújo. "O fato de uma pessoa estar desempregada não significa, necessariamente, que ela não tenha qualificação ou que esteja desatualizada. Recentemente fiz entrevista com um executivo que estava fora do mercado de trabalho porque está fazendo doutorado em inovação tecnológica. Não se pode dizer que essa pessoa é desqualificada ou não está antenada no mercado. Cada caso é um caso".
Na agência de publicidade Fgênia, todos os profissionais foram pinçados de outras empresas concorrentes. "Não quer dizer que um recém-formado não possa ser contratado. Mas como somos uma empresa menor, temos de ser mais dinâmicos", explica o diretor de negócios da agência, Júnior Borges. "As pessoas já precisam chegar no ritmo da empresa. Não temos recursos para treinar e capacitar uma pessoa sem experiência ou que esteja desatualizada", explica.
Fonte: Fenacon
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