Foi um discurso histórico. Na manhã da quarta-feira 21, a voz de uma mulher ecoou pela primeira vez na abertura solene da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York. Chefes de governo do mundo todo pararam para ouvir – e aplaudir – as palavras de Dilma Vana Rousseff. Visivelmente emocionada, a presidente do Brasil subiu à mesma tribuna ocupada pioneiramente por Oswaldo Aranha em 1947, quando começou a tradição de o País abrir a cerimônia política mais importante da aldeia global. “É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico”, começou Dilma. “Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste planeta, que, como eu, nasceu mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.” Embora esteja apenas em seu primeiro ano de mandato, a presidente já é reconhecida como uma das grandes vencedoras da atualidade.
A ofensiva da presidente por mais influência no cenário internacional ocorre num momento também histórico da economia mundial, em que o agravamento da situação nos países avançados aumenta o peso atribuído aos emergentes como os últimos sustentáculos do crescimento global. A nova previsão de crescimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) para os países emergentes, de 6,4%, é o quádruplo do 1,6% previsto para os desenvolvidos. A 328 quilômetros da ONU, em Washington, o cenário pessimista dominou as discussões no encontro anual do FMI e do Banco Mundial. A letargia na economia americana e a crise europeia contribuíram para reduzir a previsão de crescimento global para este ano de 4,3% para 4%, bem abaixo dos 5% do ano passado. Para o ano que vem, a previsão também foi reduzida, de 4,5% para 4%. O risco de uma volta à recessão nos Estados Unidos e na Europa não está afastado, se a crise sair de controle.
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